22/12/09


Sem Ciro, Serra pode vencer no 1º turno, segundo o Vox Populi e o Datafolha

Nesse fim de semana foram divulgadas duas pesquisas de intenções de voto: uma realizada pelo Vox Populi e outra pelo Datafolha. Os resultados são semelhantes. Nas duas perguntas estimuladas dos dois institutos de pesquisa Serra lidera em todos os cenários.

O interessante é que tanto o Vox Populi como o Datafolha reforçam a tese do PSB de que a base aliada do governo deve apresentar duas candidaturas para forçar um segundo turno. No Datafolha, Serra está em primeiro com 37% das intenções de voto. Dilma com 23%, seguida do deputado Ciro Gomes (PSB-CE), com 13%, e da senadora Marina Silva (PV-AC), com 8%.

Este cenário aponta que a eleição seria decidida em 2º turno entre Serra e Dilma. Mas quando é retirado o nome de Ciro Gomes do disco, Serra vai a 40%, Dilma sobe para 26% e Marina Silva atinge 11%. Fica explícito que os votos de Ciro convergem para Serra, Dilma e Marina nos mesmos percentuais, o que daria a vitória ao tucano paulista no 1º turno.

No Vox Populi a situação é a mesma. Serra lidera com 39%, seguido por Dilma e Ciro empatados com respectivamente 18% e 17%. Marina tem 8%. Na simulação sem Ciro, Serra vai a 46% e Dilma 21%. Marina alcança 11%. O Vox confirma que os votos de Ciro são transferidos para Serra, Dilma e Marina nas mesmas proporções do Datafolha.

Esse é o dado mais importante das duas sondagens, pois demonstra que a tese exposta pelo PSB faz sentido. O problema é que essa tese defendida pelos socialistas não garante que a adversária de Serra no 2º turno seja Dilma Rousseff. Ao contrário, o que indicam as pesquisas é que o potencial de crescimento de votos de Ciro é o dobro do de Dilma, o que aumenta a possibilidade de ele vir a ser o adversário de Serra.

Isso não faz parte dos planos de Lula, patrono da candidatura de Dilma. Essa possibilidade lhe causa arrepios e calafrios, pois ele sabe que Ciro é Ciro e Dilma é Dilma. Aliás, Ciro faz questão de demonstrar que não comerá na mão de Lula, ao contrário de Dilma que se esforça para transparecer que representa o terceiro mandato de Lula.

Numa bem pensada estratégia, Ciro dá inúmeras demonstrações de carinho e afeto ao tucano Aécio Neves, como que a apontar que pode vir a fazer um governo de coalizão com os tucanos não paulistas, como Aécio Neves, Tasso Jereissati e Sérgio Guerra. O problema para Lula é que com duas candidaturas da base governista, cai por terra à estratégia da eleição plebiscitária entre Serra e Dilma. E, ainda, existe o risco de Dilma ficar fora do 2º turno.

Pelo visto, o PSB colocou Lula e o PT numa encruzilhada.