21/03/2012 - Realizada Sessão Solene em homenagem aos 60 Anos do CTG Lalau Miranda

 
 
 
 
 
 

Nesta noite de quarta-feira realizei Sessão Solene em homenagem aos 60 Anos do CTG Lalau Miranda no Plenário da Câmara Municipal de Vereadores.

A homenagem contou com a presença do Prefeito Municipal Airton Dipp, Dep. Estadual Luciano Azevedo, Coord. da 7ª Região Tradicionalista Gilda Galiazzi, 1ª Prenda do RS Joelma Meotti, Ten Cel. Cruz do 3º RPMont, colegas vereadores e ex-vereadores, convidados, patronagem do CTG e tradicionalistas.

O Patrão Rogério Endres de Rezende e a Patroa Ana Marazini Rezende receberam de minhas mãos a Placa de Homenagem e após a apresentação do momento cultural fomos recepcionados no Salão Nobre do CTG para um suculento churrasco de confraternização.

Durante o jantar, a patronagem do CTG Lalau Miranda entregou uma “Placa de Reconhecimento e Agradecimento” as pessoas que contribuíram na consolidação de um trabalho voltado à preservação das raízes do Rio Grande do Sul.


Discurso proferido pelo Vereador. Eng. Zé Eurides em homenagem ao 60 anos do CTG Lalau Miranda

No inicio do ano de 1952, Tenebro dos Santos Moura, Ney Vaz da Silva, Jorge Cafruni, e Múcio de Castro foram convencidos pelo professor Antônio Donim recém chegado da Cidade de Rio Grande e se aquerenciado nesta terra de Fagundes dos Reis, propôs então o Seu Donim para que Passo Fundo aderisse a um movimento que já começava a chegar no interior do Estado do Rio Grande do Sul.

Naquele momento Histórico para o Município, se iniciava a fundação do Centro de Tradições Gaúchas Lalau Miranda o segundo CTG do Estado do RS e o Primeiro de Passo Fundo, juntaram-se a este grupo Gomercindo dos Reis, Sabino Santos, Juliano Poleto, Falbo Pimentel, Conrado Hexsel, José Paim  Brites, Francisco Xavier de Oliveira e Heitor Saldanha.

Em 24 de Março de 1952 o jornalista Múcio de Castro liderava a primeira patronagem do CTG Lalau Miranda. Múcio de Castro, jornalista e político brasileiro, foi o diretor e consolidador do jornal O Nacional, de Passo Fundo.

Iniciou sua carreira no jornal pouco depois da sua fundação, no setor de expedição, primeiro como entregador, depois como chefe da expedição. Posteriormente, passou a redator e chefe de redação, chegando a ser diretor da empresa. Passou a ser proprietário de O Nacional, em 1939.

Dedicou-se também à política partidária como membro do antigo PTB, por quem foi eleito em 3 de outubro de 1954 deputado estadual, para a 40ª Legislatura da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, de 1955 a 1959. É pai de um dos diretores do Jornal O Nacional nosso amigo Múcio de Castro Filho e do  jornalista Tarso de Castro, já falecido”.

Reunidos os ilustres fundadores do CTG, após várias sugestões, foi escolhido o nome de Estanislau  de Barros Miranda como Patrono, homem de qualidades campeiras e artísticas, proprietário de terras na região do Butiá e Passo do Miranda, foi Vereador desta Casa Legislativa com 23 anos de idade de 1876 a 1880 com mais 6 ilustres cidadãos, e aquela Legislatura foi presidida pelo Capitão João de Vergueiro (fonte jornal tropeiro dos pampas - Dr. Eluir Resch).

O seu Estanislau nasceu em Passo Fundo, em 1853 e faleceu em 1916.
“Era trabalhador esmerado e caprichoso e por isso muito abastado, mas, contudo, generoso e humano. Sempre conformado com a sorte que o "Patrão das Alturas", como dizia ele, lhe oferecia, certa feita, chegando em casa, encontrou sua bela morada transformada num braseiro e cinzas, com mulher e filhos desesperados em prantos pelo triste acontecimento. Mas o Gaúcho, que era "vaqueano da vida", logo encontrou uma solução.

Com sua peculiar serenidade e um sorriso nos lábios, por ver todos seus familiares salvos, perguntou à sua mulher:
- Ninguém se queimou, minha velha? Choramingando respondeu-lhe:
- Não, graças a Deus, mas, de tudo que nós tinha, só restou a tua viola porque tava pendurada na laranjeira.

- Ah!... Muito bem, Sinhá, então faça o favor de me alcançá-la e chega de choro. Faremos uma casa melhor e vamos todos cantá pra agradecê ao "Patrão" por ter-nos salvado a todos e improvisou alguns versos agradecendo a Deus por ter poupado a vida de toda sua família”.

Segundo o Prof. Velci Nascimento o primeiro galpão do CTG  Lalau Miranda foi construído de forma rústica, como manda a tradição num terreno doado pela Prefeitura Municipal. Era o prefeito da época Dr. Daniel Dipp. Certa feita, em reunião da patronagem, o tradicionalista Gonorvam de Almeida Guedes defendeu a idéia de que o CTG deveria ter uma cancha reta para realizar carreiradas. Foi então criada a hípica do CTG Lalau Miranda, na vila Vera Cruz. Mais uma vez a Prefeitura Municipal fez a doação do terreno nos campos da Vera Cruz. Era prefeito  neste período o Sr. Wolmar Antônio Salton.

Desde então o CTG LALAU MIRANDA segue a sua caminhada de resgate e valorização do tradicionalismo, representando Passo Fundo o Rio Grande do Sul no Brasil e no exterior.

Ainda na década de 50 e 60, sob a direção do seu posteiro Ivo Paim, a invernada artística do Lalau percorreu o Rio Grande e o Brasil, levando a dança e a indumentária gaúcha, neste período a pedido do Dr. Getulio Vargas, Presidente do Brasil, a invernada de danças do CTG Lalau Miranda foi ao Rio de Janeiro, na época capital do Brasil, para se apresentar no programa Renato Muci, da Rádio Nacional e no teatro Municipal do Rio de Janeiro.

Nos palcos onde se apresenta no Rio Grande, no Brasil e no Mundo, o CTG LALAU MIRANDA leva consigo este resgate e a certeza de que esta chama jamais se extinguirá.

Hoje o CTG Lalau Miranda liderado por esta  patronagem que tem à frente o Patrão Rogério  e o 1º Capataz Henrique Fonseca, tiveram a ousadia de propor e realizar a programação dos 60 anos de fundação, além de manter os grupos artísticos Pré-Mirim, Mirim, Juvenil, Adulto e Xiru; departamento cultural, invernadas campeiras do Lalau Miranda e seus quadros filiados, Caminhos da Tradição, Teatinos e Rincão Campeiro.

"Em qualquer chão, sempre gaúcho, pelo bem do Brasil"

CTG Lalau Miranda: A força do Tradicionalismo.

Que o Patrão Velho lá de riba, Nosso Senhor Jesus Cristo abençoe a todos aqueles que peleiam para manter viva as tradições do Rio Grande.

MUITO OBRIGADO