10/12/09


Registro da minha participação na reunião do Comitê do Crack. Na foto da esquerda para a direita: Enfermeira Caroline Saldanha, Vereador Patric, Vereador Rafael Bortoluzzi e Pastor Selmir Fagundes. Segue matéria postada no site da Câmara de Vereadores, pela Jornalista Daniela de Oliveira:


A espiritualidade na prevenção e no tratamento para o dependente químico foi um dos temas abordados na reunião do Comitê de Vereadores e Entidades de prevenção e Combate ao Crack realizada na tarde desta quinta-feira na Câmara de Vereadores. Além desta palestra ainda foram debatidos os problemas gerados pelo consumo de crack, tema este abordado pela especialista em saúde mental, Bernardete Dalmolin, e as ações e políticas públicas no município, abordado pela Caroline Saldanha.


O pastor Selmir Fagundes salientou que atualmente a espiritualidade na prevenção e tratamento da dependência química é um assunto bastante reconhecido em todo o cenário. Em seu depoimento, Fagundes falou que geralmente aquelas pessoas que tem conseguido permanecer por mais de dois anos na abstinência da droga, normalmente, estão ligados profundamente à espiritualidade, independente de religião. “É a consciência em um ser superior. Uma força externa que possa nos completar, nos ajudar, nos saciar, nos tirar da ansiedade, os temores, nos fortalecer para fazermos frente ao problema. Como diz na linguagem dos usuários, nos manter de pé. Saber que temos uma força do bem que dá esta capacidade de resistir à fissura, ao desejo desenfreado pela droga. Por isso, este debate é tão importante”, destacou. Ele salientou que em Passo Fundo o trabalho desenvolvido tem sido muito positivo, principalmente pela religião católica e evangélica, que trabalham em comunidades terapêuticas ou em grupos em bairros. Segundo ele, se não existisse este trabalho a situação seria ainda mais caótica. “Graças a estas iniciativas temos conseguido alguns resultados. E isso não é importante somente para a dependência química, mas também para todo o problema de comportamento. A fé é primordial”, declarou.


Caroline Saldanha, que também é a primeira vice-presidente do comitê, e trabalha no CAPS AD, falou sobre as ações e políticas públicas no município em relação a prevenção ao crack. Ela contou que atualmente são desenvolvidos projetos de prevenção nas escolas, e através da Secretaria de Assistência Social, projetos para criança e adolescentes até 18 anos, além do trabalho nos abrigos municipais que fazem a proteção da criança e do adolescente em vulnerabilidade social. Já na saúde, há um trabalho em toda a rede básica com PSFs, agentes de saúde e ambulatórios que fazem o atendimento primário. Depois há o atendimento psicológico para dependência química nos Cais e como setor especializado existe o CAPS AD, que é um Centro Psicossocial Álcool e Drogas, que está preparado para atendimento de atenção diária do usuário de álcool e drogas. “Hoje são 170 usuários cadastrados o que gera em torno de dois mil atendimentos por mês. Nas drogas ilícitas, 90% dos casos são dependentes do crack. Mas há ainda muitos dependentes do álcool. Esta situação é bastante preocupante porque todo o usuário de droga ilícita geralmente é usuário de álcool. Além disso, normalmente a família toda é dependente química e as crianças acabam indo para o mesmo caminho”, destacou. 

O presidente do comitê, Rafael Bortoluzzi, explicou ainda que a proposta do comitê é organizar o trabalho que está sendo feito na cidade para o combate e a prevenção à dependência química ao crack, que hoje é um dos maiores vilões, devido ao acesso fácil, valor baixo e a grande oferta. “A nossa intenção é fazer uma organização de todos os trabalhos feitos por entidades governamentais ou não-governamentais para que possamos atingir o maio número de pessoas possível na prevenção. Então nós estamos chamando as entidades para que elas nos tragam todo e qualquer projeto que está em andamento ou que estará no futuro, para que possamos organizar todos os projetos e dar nossa parcela de contribuição”, declarou. Segundo ele, este não é um trabalho partidário ou da Câmara, mas sim, de toda a comunidade e, por isso, é muito importante a participação de todas as entidades.



Ao final, fui entrevistado pela TV Câmara onde pude informar que as Organizações que quiserem fazer parte deste comitê ainda poderão o fazer, desde que enviem um ofício para o presidente solicitando a sua inclusão. Qualquer entidade pode participar dos debates.